31 de março de 2014

SE "VALEU BOI" NÃO VALE; ENTÃO, "SEGURA, PEÃO!", TAMBÉM NÃO!




Por Luiz F. de Oliveira
Da Redação do Blogue da Escola

Esse Brasil é mesmo um país metido a sério! Pois não é que, agora, vem um procuradorzim da república querer tachar a vaquejada de “prática inconstitucional”. Seo Rodrigo Janot, o tal procurador, é contra uma lei lá do Ceará (Lei nº 15.299, de 8/1/2013) que institui a vaquejada como “prática desportiva e cultural”. E o pior disso tudo é que quem começou esse processo todo foi um cabra lá do Ceará. Logo do Ceará, que lá num tem disso, não! Armaria, nã!!! Isso é uma gaiatice mesmo. De bodim, não do Bode Gaiato! Era só o que faltava!

O procurador que deu início a isso é um tal de Alessander Wilckson Cabral Sales, que diz que “a atividade causa maus-tratos a esses animais, submetendo-os a crueldade, em proveito do enriquecimento dos promotores dos eventos, dos vaqueiros e de todos que, direta ou indiretamente, usufruem do dinheiro gerado por essas competições”. E mais: o tal Rodrigo Janot sustenta em seu parecer que a vaquejada viola o artigo 225 da Constituição e “fere a proteção constitucional ao ambiente por ensejar danos consideráveis aos animais e tratamento cruel e desumano”.

Tratamento desumano!? Oxente! Claro, boi não é gente! Foi mal! Não resiste à piada. Mas gaiatices à parte, estou com o governador Cid Gomes quando afirma que “não se pode desconsiderar o fato de que a prática da vaquejada, além de reconhecida pela Lei Federal nº 10.220/2001, é um elemento difícil de extirpar da nossa cultura”. Sem falar que, na lei lá do Ceará, que pode servir de modelo a outros estados nordestinos, há um artigo que impõe o seguinte:

“Art. 4 – Fica obrigado aos organizadores da vaquejada adotar medidas de proteção à saúde e à integridade física do público, dos vaqueiros e dos animais.
§ 1º O transporte, o trato, o manejo e a montaria do animal utilizado na vaquejada devem ser feitos de forma adequada para não prejudicar a saúde do mesmo”.

Só que, segundo Janot, essa “alegação do governador, de que a lei seria válida por buscar evitar os maus tratos ocorrentes em apenas algumas vaquejadas, não é apta a emprestar constitucionalidade à norma”. “A violência contra os bovinos e equinos envolvidos nas disputas de vaquejadas é inerente à prática. O fato de a lei reduzir tal violência não torna a conduta aceitável”. E pra que violência maior do que matar os bois pra servir de comida pra todos nós? Ou será que o procurador é vegetariano? Isso é prática cultural! Então, o que está disposto no artigo 215 da Constituição não vale? É conversa pra boi dormir isso de que “o Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais” (art. 215, § 1º)?  

Poissim, seo dotô lá de Brasília, se agora o siô vem com essa história de dizer que a vaquejada é “prática inconstitucional, ainda que realizada em contexto cultural”; então é caso de o povo lhe perguntar: Oxente, e as corridas de cavalo, e os rodeios de Barretos e cia. também não levam os animais a esforços desumanos, ou melhor (pior!), animalescos? Claro, cavalo, que é desumano! Tamos falando de animal, bicho! E mais: num tem vez que os bichos são até sacrificados, pois podem quebrar uma perna? Apois, para a vaquejada, esses bois são criados pra isso! Que história é essa de maus-tratos. Puxar o rabo desses animais nunca foi crueldade, isso faz parte da vida de gado. Não é assim que acontece com os animais que são criados pelos donos para servir de carne pra todos nós, que tem o couro espichado? É muita cara de pau, é conversa pra boi dormir essa de peninha dos bois. Vaquejada é tradição cultural que virou espetáculo e competição. E mais: é fonte de renda pra toda uma “nação nordestina”.

A PGR argumenta que Constituição determina caber ao Poder Público a proteção da fauna e da flora, sendo vedadas práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade. A “farra do boi”, em Santa Catarina, sim, caracteriza maus-tratos, já que o boi é fustigado pelos participante até a exaustão. Briga de galo também, vá lá. Mas, se for pra proibir dessa forma radical, então, tudo bem. Além da matança de bois (e o abate de todos os outros animais?), vamos acabar também com os rodeios, pois não é diferente o que eles fazem com os bois e os cavalos. É, chega também de “segura, peão”! Porque se for pra acabar com a vaquejada somente, eu vou ficar pensando que isso é coisa contra a cultura nordestina, que isso é preconceito de sujeitinhos que ficam trancados em gabinetes pensando ser “salvadores da pátria”. Ora, pois, pois!

Não sou “fã de carteirinha” de vaquejada, mas não dá pra aceitar esse tipo de argumento sem questionar, principalmente, a prática dos rodeios, que – convenhamos – é praticamente a mesma prática. Todos sabemos que nesses eventos há algum tipo de crueldade com os animais e que, mesmo com fiscalização, elas continuarão a existir. Mas não concordo com esse posicionamento radical de acabar com algo já enraizado na nossa cultura, como é vaquejada e até o rodeio, que é coisa de ianque. Deixa lá o povo gritar “valeu boi” e “segura, peão”! Vá correr atrás de outros temas, procurador. Procure outra coisa pra fazer que seja, de fato, relevante, em sua função, pois o que “consolida a histórica violação à fauna e à dignidade humana” são as derrubadas da mata na Amazônia, as grilagens da terra de nossos nativos, a morte dos líderes sindicais dessas regiões, a corrupção nos tribunais...

Deixem nossos bois de mão, apois:

O meu boi tá vivo!
Que serão pra mim!
Manda buscar todos
cá, pro Piauí! 


20 de novembro de 2013

PROFESSOR DA ESCOLA MUNICIPAL IOLANDA RAULINO GANHA TORNEIO PELA QUARTA VEZ

Urbano Muniz exibindo o troféu conquistado

Neste mês de novembro, nos dias 15 e 17, foram realizados os Jogos Regionais do SESI 2013, e na modalidade tênis de quadra, categoria 45+, pela quarta vez, foi sagrado campeão o piauiense Urbano Muniz. Para chegar a mais essa conquista, Urbano superou, na fase de classificação, tenistas dos estados do Ceará e do Maranhão e, na final, do Rio Grande do Norte.


Além de tetracampeão desse torneio regional do SESI, Urbano Muniz também foi vice-campeão brasileiro, nessa mesma categoria, em agosto deste ano, na cidade do Rio de Janeiro. E mais: ele já tinha sido campeão mundial em 2011. E, se não bastasse tanto esforço, o nosso campeão também ainda encontra disposição para ser destaque nas modalidades tênis de mesa e xadrez! Ufa! Haja fôlego!

Para a comunidade da Escola Municipal Iolanda Raulino, o professor Urbano é um verdadeiro herói, pois serve de exemplo para os mais jovens, principalmente, para seus alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Parabéns, professor Urbano! Nossa comunidade se orgulha muito do senhor.

26 de julho de 2013

UNITED STATE OF LUIZ GONZAGA

Imagem: arquivo Google

Sendo também um "poeta de ocasião" - afinal, o que é a poesia, senão ocasiões? -, não gostaria de deixar que se-passasse esta de homenagear o maior artista popular do Brasil: Luiz Gonzaga. Esse que é a memória-mor pra qualquer nordestino a partir dos 40 anos. Apois, quem tem essa faixa de idade, certamente ouviu o Rei do Baião ao vivo e se-deleitou com essa música que está enraizada em nossa identidade. Arre, égua! 
E eu que fui menino, ouvindo o Véi Macho, pude assistir à cultura nordestina sendo espalhada por todo o Brasil e pelo mundo por meio da música do Lua. Foi algo assim como a prática de capoeira pelo planeta faz com a divulgação da língua portuguesa. Sim, pelo som do Gonzagão o nosso falar passou a ser levado a outros paladares de fala. Aí eu pude perceber o gostim de passado e de futuro dessa língua que foi forçada a nossos nativos, no grito. 
Vixe! Desconjuro! Num quero falá disso, não. Nã! Deixa o leite derramado pra lá. Qué ir mais eu, vamo; qué ir mais eu, rumbora! Vamo ao medieval em fiafêamanoentoncemasporém... Qué latim? Vamo de incumdixehomi... É estranho sim, mas o falar nordestino ainda tem futuro nele: note o plural somente nos artigo e nos pronome (coisa pra inglês ver: modern languages!) nas nossa construção com os substantivoIsso é coisa de Brasil, mas é nosso.
O português são muitos, Carlos, e eles ainda não sabe disso. Num sabe que tem ainda muito piauiês, cearencês, pernambuquês, paraibês, sergipês, alagoês (os principal dialeto do nordestinês legítimo) pra se-falá pur essas quebrada de sertão. Hem-hém, seo minino, dona minina. É muito bunitim essa nossa língua. Porisso que isturdiínha me-rendi a essa rodia que pus na cabeça pra carregar o pote de sabedoria dos caboco nordestino na figura do Fii de Januaro.
A bença, meu padim, Luiz. Seu fi de tradição arrocha um poema em loa do que o siô deixô pra gente toda. Brigado, hômi do povo.


UNITED MUSIC OF PIAGUHY

Os meus primo cá, do Piauí,
deixou de vê novela
só pra fazê musga. 

Os meus primo
escreveu pra mim
e não fala "come here"
só fala "vamali".

Vô mandá um feicibúqui leve
pra United Music of Piaguhy!
United Music of Piaguhy!



(Texto escrito por Luiz F. de Oliveira, poeta e diretor da E. M. Iolanda Raulino, no blogue DELEITURA, http://luizfilhodeoliveira.blogspot.com)




13 de junho de 2011

NOSSA HISTÓRIA (I)


A ESCOLA MUNICIPAL IOLANDA RAULINO, situada Zona Norte desta capital, na Alameda Domingos Afonso Mafrense, nº6581, no bairro Poti Velho, foi fundada no dia 31 de agosto de 1984, durante a gestão do prefeito de Teresina Freitas Neto e do secretário municipal de educação Moaci Soares de Oliveira.

A escola recebeu esse nome em homenagem a Maria Iolanda Lobão Melo Raulino, que nasceu na cidade de União, no Piauí, no dia 11 de maio de 1935 e faleceu, em Teresina, no dia 02 de fevereiro de 1983. Iolanda Raulino, que era esposa do renomado médico e político Ludgero Raulino, com quem teve cinco filhos, teve uma vida de dedicada dona de casa e, participando de entidades sociais, cedo revelou o valor imensurável das pessoas caridosas ajudando as pessoas carentes desta capital. Pelo reconhecimento de sua visão social participativa, tal ilustre dama da sociedade piauiense recebeu essa merecida homenagem póstuma do governo municipal.


Iolanda Raulino, do pintor Clauberto, de 1984.


A princípio, para atender as comunidades do Poti Velho, Mafrense e adjacências, a escola oferecia somente vagas para o ensino fundamental, de 1º a 5º ano. Hoje, depois de quase trinta anos de existência, o oferecimento de vagas ampliou-se até o 9º ano, além de ofertas de 5º a 9º anos da modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), no turno da noite.


Frente da escola na Alameda Domingos Afonso Mafrense.